Ceifeira alentejana, Catarina Eufémia Baleizão, filha de José Diogo Baleizão e de Maria Eufémia, nasceu em 1928, na aldeia de Baleizão, concelho e distrito de Beja.
Casou ainda nova, em 1946, tendo tido depois três filhos.
O Alentejo, naqueles tempos difíceis, era uma região de latifúndios e de emprego sazonal, onde as condições de vida dos camponeses sem terras e assalariados eram extremamente difíceis.
Eram inúmeros tumultos e mais frequentes ainda as greves rurais, que acabavam sempre com a intervenção da GNR, numa dessas greves de trabalhadores agrícolas, ocorrida a 19 de Maio de 1954 na aldeia de Baleizão, um grupo de camponeses dirigiu-se à residência do patrão. Entre esses trabalhadores rurais, contava-se Catarina Eufémia, grávida e com um filho de oito meses ao colo. Entre outras pretensões, reivindicava-se para as mulheres um aumento do salário no entanto, a GNR apareceu, acabando por intervir duramente e no caminho do grupo de assalariados para a casa do patrão, mataram Catarina Eufémia com vários tiros, que caiu para o chão grávida e com um filho ao colo.
Catarina tornou-se, depois da sua morte trágica, como um símbolo de mulher, mãe e lutadora.
Foi homenageada por vários cantores como: José Afonso, Sophia de Mello Breyner ou José Carlos Ary dos Santos.

