31 de maio de 2012

Meus brinquedos - Dia da Criança





De repente
Ao lembrar dos brinquedos queridos
Que ficaram esquecidos
Dentro do armário
Me bate uma saudade
Me bate uma vontade
De voltar no tempo
De voltar ao passado
Mas nada acontece
Nada parece acontecer
E eu choro
Choro como o bebê que fui
E a criança que quero voltar a ser
Não quero crescer!


Clarice Pacheco




Ser criança - Dia da Criança




Todos têm uma criança alegre dentro de si, mas poucos a deixam viver.

Augusto Cury


Nós e o Dia da Criança
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SOL - Dia da Criança


A criança é alegria como o raio de sol e estímulo como a esperança.

Coelho Neto


Nós e o Dia da Criança
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Só Esta Liberdade nos Concedem os Deuses




Só esta liberdade nos concedem
Os deuses: submetermo-nos
Ao seu domínio por vontade nossa.
Mais vale assim fazermos
Porque só na ilusão da liberdade
A liberdade existe.

Nem outro jeito os deuses, sobre quem
O eterno fado pesa,
Usam para seu calmo e possuído
Convencimento antigo
De que é divina e livre a sua vida.

Nós, imitando os deuses,
Tão pouco livres como eles no Olimpo,
Como quem pela areia
Ergue castelos para encher os olhos,
Ergamos nossa vida
E os deuses saberão agradecer-nos
O sermos tão como eles.


Ricardo Reis  ( Fernando Pessoa )



NÃO QUERO QUE VÁS À MONDA - Letras de Música Popular Alentejana





Daqui para a minha terra,
Tudo é caminho e chão!
Tudo são cravos e rosas,
Oh, meu lindo amor,
Plantadas p’la minha mão!

Não quero que vás à monda,
Nem à ribeira lavar,
Só quero que me acompanhes,
No dia em que m’eu casar!
No dia em que m’eu casar,
Hás-de ser minha madrinha,
Não quero que vás à monda,
Nem à ribeira sózinha!

Dizem que o chorar tira,
As mágoas ao coração!
Eu chorei um ano a fio,
Oh, meu lindo amor,
As mágoas inda cá estão!

Não quero que vás à monda,
Nem à ribeira lavar,
Etc.


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OLHA A NOIVA SE VAI LINDA

NOSSA SENHORA DO Ó

LINDA JOVEM ERA PASTORA

MEU LÍRIO ROXO DO CAMPO


SENHORA D'AIRES

Eu Hei-de Amar Uma Pedra

MALMEQUER CRIADO NO CAMPO

GRÂNDOLA VILA MORENA

Ó Patrão Dê-me Um Cigarro

LEVANTOU-SE O LAVRADOR

BALEISÃO, BALEISÃO

DÁ-ME UMA GOTINHA DE ÁGUA

NÃO QUERO QUE VÁS À MONDA


VAMOS LÁ SAINDO

FOSTE FOSTE QUE BEM SEI QUE FOSTE

CEIFEIRA LINDA CEIFEIRA

FUI COLHER UMA ROMÃ

SOLIDÃO, AI DÃO, AI DÃO

ALENTEJO, ALENTEJO

A VINDA DO REI A BEJA

VAMOS LÁ SAINDO

AI ROMANA

AO PASSAR DA RIBEIRINHA

ALENTEJO ÉS NOSSA TERRA






LEVANTOU-SE O LAVRADOR - Letras de Música Popular Alentejana




Levantou-se o lavrador
Vai passear à herdade
Montado no seu cavalo
Minha linda aurora!
Vai em sua liberdade.
Vai em sua liberdade
Vai em seu esplendor
Vai passear à herdade
Minha linda aurora!
Levantou-se o lavrador


O pobre trabalhador
Todo o mal consigo tem
O pobre trabalhador
Minha linda aurora!
Todo o mal consigo tem
Trabalha não tem valor
No mundo não é ninguém
Trabalha não tem valor
Minha linda aurora!
No mundo não é ninguém


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LEVANTOU-SE O LAVRADOR

BALEISÃO, BALEISÃO

DÁ-ME UMA GOTINHA DE ÁGUA

NÃO QUERO QUE VÁS À MONDA


VAMOS LÁ SAINDO

FOSTE FOSTE QUE BEM SEI QUE FOSTE

CEIFEIRA LINDA CEIFEIRA

FUI COLHER UMA ROMÃ

SOLIDÃO, AI DÃO, AI DÃO

ALENTEJO, ALENTEJO

A VINDA DO REI A BEJA

VAMOS LÁ SAINDO

AI ROMANA

AO PASSAR DA RIBEIRINHA

ALENTEJO ÉS NOSSA TERRA

LEVANTEI-ME UM DIA CEDO - Letras de Música Popular Alentejana




Oh meu amor , meu amor,
Oh meu amor, oh meu bem!
O que eu não fizer por ti,
Oh meu lindo amor!
Não farei por mais ninguém!


Levantei-me um dia cedo,
Para ver o cartaxinho,
Levava pasto no bico
Ó meu lindo amor!
Já ia fazer o ninho!
Já ia fazer o ninho
Em cima do arvoredo
Para ver o cartaxinho
Ó meu lindo amor!
Levantei-me um dia cedo


O meu amor ontem à noite,
Pela vida me jurou,
Que se ia deitar ao mar
Oh meu lindo amor!
Se ele é tolo, eu cá não sou!


Levantei-me um dia cedo,
Para ver o cartaxinho,
Etc.




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LEVANTOU-SE O LAVRADOR

BALEISÃO, BALEISÃO

DÁ-ME UMA GOTINHA DE ÁGUA

NÃO QUERO QUE VÁS À MONDA


VAMOS LÁ SAINDO

FOSTE FOSTE QUE BEM SEI QUE FOSTE

CEIFEIRA LINDA CEIFEIRA

FUI COLHER UMA ROMÃ

SOLIDÃO, AI DÃO, AI DÃO

ALENTEJO, ALENTEJO

A VINDA DO REI A BEJA

VAMOS LÁ SAINDO

AI ROMANA

AO PASSAR DA RIBEIRINHA

ALENTEJO ÉS NOSSA TERRA

IGREJA DA NOSSA TERRA - Letras de Música Popular Alentejana






Pecamos por más acções
Palavras e pensamentos
Esqueceram-se as orações
Que há nos dez mandamentos


Igreja da nossa terra
Que estás tão bonita agora
Com sua imagem lá dentro
Linda branquinha por fora
Eu cantando peço a Deus
Haja paz não haja guerra
Que estás tão bonita agora
Igreja da nossa terra


Quem faz o bem tem o bem
Quem faz o mal tem o mal
Eis que não escapa ninguém
No seu juízo final


Igreja da nossa terra
Que estás tão bonita agora
Etc.




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FOSTE FOSTE QUE BEM SEI QUE FOSTE

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FUI COLHER UMA ROMÃ

SOLIDÃO, AI DÃO, AI DÃO

ALENTEJO, ALENTEJO

A VINDA DO REI A BEJA

VAMOS LÁ SAINDO

AI ROMANA

AO PASSAR DA RIBEIRINHA

ALENTEJO ÉS NOSSA TERRA



Este 2012 Beja Vai Festejar o Dia Mundial da Criança no Jardim Público





Neste Dia 1 de Junho, Dia Mundial da Criança, terão lugar diversas actividades como caminhadas, peddypaper e animações de rua na Cidade de Beja.
Das diversas actividades, encontramos os ateliers de: arqueologia, plantas aromáticas, brincar com a ciência, experimentar a energia, conhecer as árvores e chocolate.
Com sessões às 10h00 e às 12h30, estão agendadas visita Interactivas ao Trilho geológico, uma actividade realizada ao abrigo do projecto Atlanterra que vai permitir conhecer os últimos 1000 milhões de anos. É que este trilho de 200 metros, representa por cada metro 5 milhões de anos.

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Feira do Ambiente no Centro Infantil Coronel Sousa Tavares





Hoje, entre as 10.30 e as 18.00 horas, o Centro Infantil Coronel Sousa Tavares, em Beja, convida a comunidade a visitar a feira do ambiente
Esta iniciativa surge no âmbito de um projecto que está a ser desenvolvido pelo CATL-Centro de Actividades de Tempos Livres,em colaboração com a Creche e o Jardim de Infância da instituição.
Este certame, que inclui a venda de vários produtos, uns feitos pelas crianças outros disponibilizados pelos pais.

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António Maria de Sousa Sardinha - ( Personalidades Alentejanas )

     

Nasceu em Monforte a 9 Setembro 1887 e faleceu em Elvas a 10 Janeiro 1925.
António Maria de Sousa Sardinha,  poeta, historiador e político, destacou-se como ensaísta, polemista e doutrinador e, tornou-se num verdadeiro condutor da intelectualidades portuguesas do seu tempo. Publicou os seus primeiros poemas, quando tinha apenas 15 anos e desde cedo começou a publicar livros, entre romances e poesias.
Em 1911, António Maria de Sousa Sardinha, formou-se em Direito na Universidade de Coimbra.
A passagem das Letras à Política consumou-se em 1915, ao pronunciar na Liga Naval de Lisboa uma conferência onde alertava para o perigo de uma absorção espanhola. Durante o breve consulado de Sidónio Pais, António Sardinha foi eleito deputado na lista da minoria monárquica.
Em 1919, exilou-se em Espanha após a sua participação na fracassada da tentativa restauracionista de Monsanto e da "Monarquia do Norte".
Foi director do diário A Monarquia onde veio a desenvolver um intenso combate em defesa da filosofia e sociologia política e, rejeitando a tese da decadência de Spengler, em defesa do catolicismo hispânico como a base da sobrevivência da civilização do Ocidente.
António Maria de Sousa Sardinha, morreu em Elvas com apenas 37 anos e a maior parte da sua obra foi publicada postumamente. ,
De entre as suas obras poéticas, destacam-se: Tronco Reverdecido (1910), Epopeia da Planície (1915), Quando as Nascentes Despertam (1921), Na Corte da Saudade (1922), Chuva da Tarde (1923), Era uma Vez um Menino (1926), O Roubo da Europa (1931), Pequena Casa Lusitana (1937). Dos Estudos e Ensaios referem-se: O Valor da Raça (1915), Ao Princípio Era o Verbo (1924), A Aliança Peninsular (1924), A Teoria das Cortes Gerais (1924), Ao Ritmo da Ampulheta (1925).


A Escolha dos Caminhos - ( Dia da Criança )





Guie uma criança pelo caminho que ela deve seguir e guie-se por ela de vez em quando.

Josh Billings



Nós e o Dia da Criança
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Luz de Criança - ( Dia da Criança )





Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz.


Platão

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30 de maio de 2012

Banco Alimentar Recolheu Mais de 80 Toneladas de Alimentos em Beja e Évora




Na campanha do passado fim-de-semana, o Banco Alimentar Contra a Fome, dos Distritos de Beja e Évora, recolheu mais de 80 toneladas de alimentos superando assim as expectativas.
Os alimentos recolhidos, vão ser entregues a instituições de solidariedade social que os farão chegar a mais de 10.000 pessoas.

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Dia Mundial do Yoga de 2012 em Beja




No Domingo dia 24 de Junho, Beja vai receber mais uma Grande Comemoração do Dia Mundial do Yoga
Todos os anos, cerca de 1000 PRATICANTES e mais de 150 crianças de todo o País e do Mundo, participam numa MEGA AULA DO YOGA destinada a todos aqueles que queiram celebrar um Dia pelo planeta, pela Fraternidade Mundial, pela vida e pela Humanidade, e pelo esbatimento das desigualdades Mundiais.


Criança / Progresso - ( Dia da Criança )




A palavra progresso não terá qualquer sentido quando houver crianças infelizes.

Albert Einstein

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29 de maio de 2012

A Criança Que Ri na Rua




A CRIANÇA que ri na rua,
A música que vem no acaso,
A tela absurda, a estátua nua,
A bondade que não tem prazo

Tudo isso excede este rigor
Que o raciocínio dá a tudo,
E tem qualquer cousa de amor,
Ainda que o amor seja mudo


Fernando Pessoa


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Declaração dos Direitos da Criança - ( Dia da Criança )




1. Todas as crianças são iguais e têm os mesmo direitos, não importa sua cor, raça, sexo, religião, origem social ou nacionalidade.

2. Todas as crianças deve ser protegida pela família, pela sociedade e pelo Estado, para que possa se desenvolver física e intelectualmente.

3. Todas as crianças têm direito a um nome e a uma nacionalidade.

4. Todas as crianças têm direito a alimentação e ao atendimento médico, antes e depois do seu nascimento. Esse direito também se aplica à sua mãe.

5. As crianças portadoras de dificuldades especiais, físicas ou mentais, têm o direito a educação e cuidados especiais.

6. Todas as crianças têm direito ao amor e à compreensão dos pais e da sociedade.

7. Todas as crianças têm direito à educação gratuita e ao lazer.

8. Todas as crianças têm direito de ser socorrida em primeiro lugar em caso de acidentes ou catástrofes.

9. Todas as crianças devem ser protegidas contra o abandono e a exploração no trabalho.

10. Todas as crianças têm o direito de crescer em ambiente de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos.

UNICEF


Nós e o Dia da Criança
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Ser Criança - ( Dia da Criança )




O professor disserta sobre ponto difícil do programa.
Um aluno dorme,

Cansado das canseiras desta vida.
O professor vai sacudí-lo?

Vai repreendê-lo?
Não.

O professor baixa a voz,
Com medo de acordá-lo.


Carlos Drummond de Andrade

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28 de maio de 2012

Moura, Berço da Ordem do Carmo em Portugal


Reinando D. Sancho II, aportaram ao pais uns cavaleiros da Ordem de Malta, que se faziam acompanhar de padres carmelitas. E como esses cavaleiros eram já senhores de algumas  vilas e lugares do reino, em cujo número se contava a vila de Moura, fundaram nela em 1250, reinando D. Afonso III, ou depois de 1251 como indicam alguns autores, um convento para os religiosos dessa ordem cedendo-lhes para tal, uma casa que tinham edificado junto duma devota ermida da invocação de Nossa Senhora da Luz.
Devemos dizer que os hospitalários da Ordem de S. João de Jerusalém mantinham com os carmelitas estreita confraternida­de na Terra Santa e o seu Padroeiro, S. João, é incluído entre os adeptos dos ermitas fundadores da Ordem do Carmo.
Ante as perseguições infligidas pelos sarracenos aos carme­litas que chegaram ao extremo de lhes destruírem o próprio con­vento do Monte Carmelo, tomaram eles a resolução de emigrar para a Europa. Em 1238, estabeleceram-se em Chipre, Messina, Paris, levados por S. Luís, rei de França e em Aylesford, na Inglaterra.
Coube pois a Moura a honra de ter o primeiro convento carmelita que se estabeleceu na Península.
Isto acontecia, portanto, a não muitos anos da sua reconquista efectuada pouco depois de 1191, visto a primeira conquista pelos exércitos cristãos ter-se dado em 1166, no reinado de D. Afonso Henriques, com a intervenção daqueles célebres cavaleiros de nome Álvaro e Pedro Rodrigues, cujas cinzas se guardam num túmulo manuelino existente na arruinada Igreja do convento das dominicanas do Castelo, mandado construir pela sua primeira abadessa, Dona Ângela de Moura, da família dos mesmos cavaleiros, nas pró­prias casas de sua residência.
Vem a propósito referir - como hipótese - que a primeira conquista cristã, cuja data se ignora, talvez se tivesse dado no dia litúrgico do santo que se vê representado num fresco, quase destruído, existente na capela onde se encontra o túmulo dos primeiros  conquistadores de Moura.
 A figura parece a do apóstolo S. Bartolomeu e, sendo assim, é provável que a conquista se tivesse verificado em 24 de Agosto, tempo estival próprio para conquistas e fossados.
 A reforçar esta nossa suposição, temos o facto de quase todas as conquistas feitas pelos cristãos aos mouros serem referen­ciadas aos santos do dia, nomeadamente, a de Lisboa no dia de S. Crispim e a de Tavira no dia de S. Barnabé, santo que teve capela própria na igreja de Santa Maria do Castelo dessa cidade, do lado da Epístola, junto do jazigo onde se guardam os ossos dos sete ca­valeiros cristãos mortos pelos mouros no sítio de Antas, causa ime­diata dessa conquista por D. Paio Peres Correia, esforçado cavaleiro de Santiago.
 As crónicas cristãs mouras dessa época nada nos dizem so­bre o assunto bem como acerca das datas da conquista de muitas outras terras. A própria Adquira Assania Crónica Anónima dos Merinidas, publicada em 1921, em Argel, por Ben Cheneb, na qual depositávamos grandes esperanças, nada também nos diz, conforme informação do nosso prezado amigo e distinto arabista Dr. José Garcia Domingues, que teve o ensejo de a consultar numa visita de estudo que fez recentemente a Madrid.
 D. Luís Caetano de Lima, clérigo regular e membro da Aca­demia Real de História Portuguesa, escrevendo sobre a vila de Moura refere-se à Ordem do Hospital ou de Malta e à questão a que a mesma deu lugar, numa época é certo posterior à fundação do Convento do Carmo, mas ainda no século XIII. Diz esse autor que o «senhorio» de Moura, e de algumas outras Vilas do Alentejo chegou a ser ocasião de rompimento entre El-Rei D. Dinis de Portugal, e El-Rei D. Fernando o IV de Castela, pelos anos de 1295 porque havendo sido conquistadas por Príncipes Portugueses e estando na demarcação dos seus domínios, andavam usurpadas a esta Coroa desde o tempo deI-Rei D. Afonso o Sábio, e unidas à Ordem do Hospital daquele Reino.
 Tanto Moura como Serpa, Aroche, Aracena, Aiamonte e o Algarve foram terras que durante muitos anos estiveram em litígio, apesar de conquistadas pelos reis portugueses. O rei D. Afonso III exercia sobre elas direitos de senhorio político, mas coube ao sogro Afonso X de Castela, o usufruto. O Algarve, deu-o Afonso X de Castela ao neto D. Dinis, ressalvando porém alguns direitos, dos quais abdicou pouco depois de 1264 e a delimitação do Caia para o sul, na qual estavam compreendidas Moura, Serpa, Aroche, Aracena e Aiamonte, só foi realizada definitivamente mais tarde, fir­mando-se em 12 de Setembro de 1297, pelo chamado tratado de AIcanizes um acordo, pelo qual o nosso país desistiu de Aroche, Aracena, Aiamonte e outras terras, e recebeu em troca Campo Maior, Olivença e os territórios vizinhos.
 Quando em 1295 se deu o rompimento entre D. Dinis e Afonso IV de Castela, que terminou pelo tratado de Ciudad Rodrigo já D. Dinis estava de posse da Vila de Moura, pelo que a cercou de muralhas e lhe deu foral, que foi o terceiro outorgado após a sua conquista aos mouros, pois o primeiro tinha-lhe sido dado em 1171, por D. Afonso Henriques e o segundo em 1217, por D. Afonso II.
 Por outro lado, tendo sido dado o senhorio de Moura por D. Afonso Henriques à Ordem Militar de Aviz, dependente dos grão-mestres de Ordem de Calatrava, com sede em Castela, semelhante situação foi causa de atritos e lutas que só desapareceram no dia em que essa ordem deixou de depender duma nação estrangeira.
 Embora pareça paradoxal, dessa série de atritos persistiu uma célebre questão entre Moura e Aroche, conhecida pela questão das Terras da  Contenda, só  completamente liquidada pela Convenção de Madrid, de 27 de Maio de 1893, reinando em Portugal D. Carlos I e em Espanha Afonso XIII.



Frederica Rodrigues - Para vender, comprar ou arrendar em Portugal